Foto - Mosaico: (Reprodução) /G1 Goiás
★ ★ ★ Processo pede R$ 180 mil ao cirurgião e à clínica em indenização por danos morais e materiais à paciente. Defesa afirma que os acusados prestaram atendimento adequado...
Uma vendedora de 40 anos conta que sofreu com dores intensas e ficou com os seios deformados após cirugia para colocar próteses de silicone, em Goiânia. Segundo ela, o que um dia foi um sonho se tornou fonte de medo e decepção, por isso, entrou com um processo pedindo R$ 180 mil de indenização por danos morais e materiais contra o cirurgião e a clínica onde fez a operação.
“Fiquei traumatizada. Foram seis meses gritando de dor para tomar banho, acordando com pontadas, um líquido vazando do meu peito, e ele [cirurgião] sempre me remendando e dizendo que era meu corpo que não tinha uma cicatrização boa”,
contou.
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"transcorreu sem intercorrências".
Também de acordo com o comunicado, a paciente teve uma infecção um ano após o procedimento por uma bactéria que pode ter sido contraída em ambiente profissional ou residencial da paciente. A defesa também disse que ela recebeu o atendimento adequado, mas que abandonou o tratamento.
Questionado sobre o caso e se há investigação em andamento contra o profissional, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) respondeu, por meio de nota, que
"não informa sobre a tramitação de denúncias/processos/sindicâncias".
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Segundo a paciente, a cirurgia para colocar os implantes foi feita no início de 2020. Ela contou que sofreu com os seios muito doloridos e o mamilo esquerdo com um aspecto de necrose. Depois de seis meses tentando resolver a situação com o mesmo médico, ela procurou outro profissional, que conseguiu ajudá-la a se recuperar.“O outro médico se sensibilzou com o meu caso. Eu lembro que fui fazer consulta com ele e só conseguia chorar. Ele colheu o material que estava vazando do meu peito, identificou uma infecção bacteriana, me prescreveu o antibiótico e eu melhorei, mas tive que retirar a prótese, colocar um curativo interno. Fiz duas cirurgias para tentar resolver o problema da primeira”,
completou.
Após as novas consultas, ela fez uma cirurgia em agosto e outra em outubro do mesmo ano para conseguir se recuperar das sequelas da primeira operação.
Ao contar o que viveu, a vendedora se emociona. Ela disse que, mesmo dois anos depois, ainda sofre muito com a própria imagem e, apesar de ter superado a dor física, as sequelas emocionais e os tratamentos psicológicos e psiquiátricos ainda fazem parte da realidade dela.
“Me sinto feia, quase não me olho no espelho. Dormi seis meses separada do meu marido, isso afetou nosso casamento. Afetou muito a minha autoestima, fiquei muito abalada. Ainda é difícil contar”,
disse.
Com base nas consultas que fez com o médico que a curou, a vendedora disse que, para recuperar o formato dos seios, seria colocando novo implante. No entanto, depois de tudo que passou, ela disse que não consegue considerar a alternativa por medo.
Processo
A vendedora conseguiu entrar com um processo na Justiça em março de 2021. O pedido de indenização feito pela defesa da vendedora registra que as cirurgias e medicamentos usados para reparar os danos causados custaram mais de R$ 30 mil.
Os documentos relatam ainda que a paciente teve que começar tratamentos psiquiátricos para lidar com as deformidades com que ficou. No registro, são citados problemas no casamento, com a autoimagem, crises de ansiedade, entre outras dificuldades.
No último dia 14 de janeiro, o juiz do caso nomeu um perito para que analise o caso e dê um parecer técnico sobre a situação. O prazo estipulado é de 30 dias para a entrega do laudo.
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