★★★ Diagnóstico
precoce, inovação em tratamentos e prevenção serão alguns dos temas do 9º
Simpósio Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute, em outubro...
Até 2040, a Organização Mundial da Saúde projeta que os casos de câncer
terão aumento de mais de 80% nos países em desenvolvimento. Hoje, a doença já é
a segunda maior causa de morte no mundo, exercendo pressão física, emocional e
financeira sobre pacientes, famílias, comunidades e sistemas de saúde. Apesar
disso, há boas notícias em tratamentos e diagnósticos precoces que podem ajudar
a desacelerar o avanço da doença.
No ano passado, a OMS acendeu um alerta vermelho para o câncer em função
do avanço da pandemia do Coronavírus. Por conta dela, foi registrada uma
redução global nos índices de diagnóstico e tratamento da doença em todos os
países do mundo em 2020. Cerca de 50% dos serviços públicos de tratamento de
câncer foram parcial ou totalmente interrompidos durante a pandemia. No Brasil,
mais de 70 mil pessoas deixaram de ser diagnosticadas por não fazerem exames,
segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC).
Para discutir os impactos dessa realidade, assim como novas formas de
combate à doença e caminhos para a democratização do acesso à saúde, o Grupo
Oncoclínicas, em parceria com Dana-Farber Cancer Institute, realizará entre os
dias 29 e 30 de outubro, a 9º edição do seu Simpósio Internacional. O evento,
gratuito e totalmente virtual, vai reunir mais de 250 palestrantes nacionais e
internacionais em 14 salas temáticas divididas por especialidades -
ginecologia, mama, urologia, hematologia, gastrointestinal, pulmão, medicina de
precisão, sarcoma, pele, cabeça e pescoço, sistema nervoso central,
multidisciplinar, cuidados paliativos, neuroendócrinos, onco-hemato-pediatria e
radioterapia - para debater os últimos avanços da medicina no desenvolvimento
de pesquisa clínica, processos diagnósticos, tratamentos e impactos da Covid-19
no enfrentamento à doença.
“A pandemia trouxe desafios importantes para a medicina como um todo. No caso da oncologia, temos não apenas reflexos negativos nas rotinas de acompanhamento de pacientes oncológicos como também um ‘apagão’ global de diagnósticos, o que afeta o processo de descoberta de tumores malignos ainda em estágio precoce. Esses aspectos se somam ainda aos inúmeros desafios que já enfrentamos na rotina da prática clínica e que envolvem temas como equidade no acesso às melhores alternativas terapêuticas a todos os pacientes oncológicos e formas de promover novos avanços nos tratamentos”,
comenta o oncologista Carlos Gil
Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas.
No tocante ao diagnóstico precoce, o médico lembra que é preciso
estimular a discussão como forma de promover a melhora no quadro de ocorrência
do câncer. De acordo com a OMS, grande parte dos casos da doença poderia ser
evitada: entre 30% e 50% das neoplasias podem ser prevenidas por meio da adoção
de melhores hábitos de saúde, como não fumar, e medidas de saúde pública, como
vacinação contra doenças infecciosas causadoras de câncer, como é o caso do
vírus do papiloma humano (HPV), que responde por 70% dos casos de tumores de
colo de útero e está ligado ao aumento no risco de incidência de outros cinco
tipos de câncer.
“Em países onde os sistemas de saúde são fortes, as taxas de sobrevivência de muitos tipos de câncer estão melhorando graças à disseminação de informações para conscientização sobre prevenção de causas evitáveis do câncer, à detecção precoce acessível, tratamento de qualidade e cuidados médicos de sobrevivência. O câncer não é uma sentença de morte, é essencial esclarecermos os tabus sobre a doença, suas causas e condutas terapêuticas”,
ressalta Carlos Gil.
Nesse sentido, é fundamental garantir que a população tenha acesso a
exames de controle periódicos e ao que há de mais atual no tratamento dos mais
variados tipos de câncer. Segundo dados de 2020 do Instituto Nacional do Câncer
(INCA), os tumores malignos mais comuns em homens são próstata (29%), cólon e
reto (9,1%) e pulmão, (7,9%), enquanto em mulheres são câncer de mama (29,7%),
cólon e reto (9,2%) e colo do útero (7,5%).
Terapia oral avança no
tratamento do câncer de mama
Atualmente o câncer de mama lidera o ranking dos que mais afetam a
população mundial, segundo o mais recente levantamento da OMS, feito em 2020.
Com mais de 2,2 milhões casos, 11,7% do total, ele também é o tipo de tumor
cujos progressos em pesquisas vêm mostrando bons resultados e alternativas cada
vez mais avançadas de tratamento. Um dos estudos internacionais recentes que
trouxe dados é o OlympiA. Apresentado uma sessão plenária do Encontro Anual da
Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, da sigla em inglês) e também
publicado simultaneamente no The New England Journal of Medicine, o estudo
traça alternativas para diminuir a recorrência de câncer dentro do grupo de
pacientes com mutações hereditárias por meio do uso de medicações orais.
“Isso deve ser certamente comemorado. O estudo OlympiA avaliou o papel do olaparibe - medicamento que funciona como uma quimioterapia oral e atua como inibidor de uma enzima chamada polis da polimerase (PARP) - como forma de diminuir a recorrência de tumores entre o grupo de pacientes com câncer hereditário do tipo HER2 negativo com mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2. É um estudo reportado como positivo e que tem enorme potencial de alterar a nossa prática clínica”,
relata o oncologista Max Mano, líder de tumores de mama do Grupo
Oncoclínicas.
Também há perspectivas animadoras no uso de terapias avançadas para tumores metastáticos positivos para receptor de estrogênio (ER), subtipo que representa cerca de 75% de todos os casos. Os avanços no uso de moléculas projetadas para tratar esse tipo de doença, renovando assim as esperanças de pacientes, também farão parte das discussões.
“Esse foi um ano excepcional em termos de avanços no combate ao câncer de mama, com dados extremamente relevantes. O câncer de mama começa realmente a mergulhar na era genômica, ou seja, de tratamentos direcionados por biomarcadores. Durante o Simpósio iremos aprofundar as conversas sobre os impactos desses avanços na rotina de cuidados com pacientes aqui no Brasil”,
afirma Max Mano.
Viver com câncer
Outro importante tema do 9º Simpósio Internacional Oncoclínicas e
Dana-Farber Cancer Institute são os Cuidados Paliativos. Área da medicina
relativamente nova, a especialidade vem ganhando cada vez mais espaço em uma
sociedade que avança em pesquisas, na ciência e cujos cidadãos vivem cada vez
mais. Doenças antes com altas taxas de letalidade agora se tornaram quase
crônicas, como é o caso de alguns tipos de tumores, o que tem feito com que o
tema avance em várias frentes dentro da oncologia.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos aplicam-se já ao início do curso da doença, em conjunto com outros tratamentos destinados a aumentar a sobrevida, como quimioterapia ou radioterapia, e incluem aqueles exames necessários à melhor compreensão e controle das complicações clínicas angustiantes. As transições na linha de cuidado são um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente”,
diz Sarah Ananda Gomes,
Líder da Especialidade Cuidados Paliativos do Grupo Oncoclínicas.
A médica esclarece que alguns outros pilares dessa abordagem se baseiam
na importância de sempre respeitar a autonomia do indivíduo, seus valores e
prioridades e também no papel essencial do trabalho em equipe transdisciplinar
para alcançar a redução do sofrimento e dor, que beneficiam todos
envolvidos.
Sarah frisa ainda que o investimento em amenizar a evolução de tumores
tem efeito prático na Oncologia em geral, além dos cuidados paliativos. Novas
drogas, tratamentos inovadores pautados pela análise de diagnósticos cada vez
mais avançados e pesquisas científicas constantes contribuem amplamente para
que um leque cada vez maior de tumores sejam combatidos com eficácia, fazendo
com que um número expressivo de pacientes oncológicos vivam - e bem - com a
doença.
"Quando falamos em cuidado paliativo, o que de imediato vem à mente é a ideia de que o paciente está morrendo e, portanto, não há nada mais a ser feito, o que gera um preconceito na busca por esse tipo de tratamento. Mas isso não é real, precisamos desmistificar esse conceito: no cuidado paliativo há sempre muito a ser feito em prol do bem estar e da qualidade de vida, o objetivo é traçar as melhores estratégias para assegurar a ele a melhor linha de cuidado integral e individualizado para que ele viva e conviva com a doença com plenitude e dignidade",
complementa Sarah.
Estes e outros assuntos farão parte da extensa programação do evento.
Para saber mais, acesse: https://simposiooc.com.br
Serviço:
9º Simpósio Internacional
Oncoclínicas e Dana Farber-Institute (evento totalmente virtual)
Quando:
29 e 30 de Outubro de 2021, das 9h30 às 18h00
Inscrições gratuitas e Programação:
Fonte: GA Comunicação
Esta matéria é em oferecimento de:
FOLHA DE CATALÃO – A NOTÍCIA DE FORMA DIRETA!
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