★★★ Assim, durante todo o século XIX, a maioria das famílias catalanas levava uma vida rural, ocupada na lavoura e na criação de gado...
Houve um tempo em que a
maioria da população de Catalão morava na roça. O município era enorme e
compreendia todas as cidades que hoje formam o sudeste goiano. Como havia
poucas estradas, o deslocamento era difícil, obrigando os moradores da zona
rural a ser autossuficientes em quase tudo, não dependendo do comércio urbano.
As pessoas somente vinham à cidade em ocasiões especiais, nas festas
religiosas, batizados, casamentos ou para cumprir alguma obrigação nos
cartórios.
Ao contrário das terras
de São Paulo, onde se plantava café para exportação, as terras do cerrado
goiano quase nada valiam. Tanto que, os pioneiros, vindos de Minas Gerais,
adquiriram imensas glebas no município de Catalão que foram, com o tempo, sendo
repartidas entre os herdeiros. Com isso, as velhas fazendas foram se tornando
cada vez menores em função da constante divisão entre filhos, netos e bisnetos.
Assim, durante todo o
século XIX, a maioria das famílias catalanas levava uma vida rural, ocupada na
lavoura e na criação de gado. A comercialização era bastante modesta, restrita
ao excedente de produção. O arroz, o feijão e o milho, que sobravam, eram
vendidos nos armazéns da cidade ou transportados em carros de boi para
negociação no Triângulo Mineiro. A vida dos moradores era inteiramente rural.
A vida urbana em Catalão
somente obteve alento com a chegada da ferrovia e dos imigrantes estrangeiros.
Os mascates, no início do século passado, abriram lojas e armazéns na cidade,
negociando mercadorias em toda a região. Com os ganhos de capital, abriram
charqueadas, curtumes, selarias, bares, fábricas de manteiga, açúcar, sapatos,
bebidas e beneficiamento de grãos.
O centro de negócios era
a estação ferroviária, onde se recebiam os artigos encomendados de fora e se
despachavam os produtos regionais.
Nas décadas iniciais do
século XX, pela primeira vez, a cidade passou a oferecer meio de vida e emprego
para as famílias rurais, que foram se estabelecendo na zona urbana. Houve um
considerável êxodo rural no período.
Na década de 1920,
Goiânia não existia, Anápolis era apenas um entreposto comercial e Catalão se
tornou a capital econômica do estado, a cidade mais industrializada e dinâmica
do território goiano.
No entanto, a condição
privilegiada de Catalão durou pouco mais de trinta anos. Com a construção de
Goiânia e abertura de rodovias, a região da estrada de ferro ficou relegada.
Dada a opção rodoviária por parte do governo federal, não houve investimentos
em ferrovias e o grande mercado consumidor se consolidou no eixo
Goiânia-Anápolis. Catalão esteve economicamente isolada, perdeu muitas
fábricas, lojas e indústrias que fecharam as portas e se mudaram para a área
central do estado.
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Na década de 1950, metade
da população do município ainda era rural. Mas, apesar da forte competição e da
estagnação econômica, a cidade viveu um período brilhante nas relações
culturais, esporte e lazer. Cinemas, teatros, clubes, bares e restaurantes marcaram
um clima de otimismo, na época, compartilhado por novas lideranças políticas e
empresariais que acreditavam na retomada econômica do município.
Foi o período em que
Ouvidor, Três Ranchos e, pouco depois, Davinópolis se emanciparam, apontando
para um enfraquecimento do município. Entretanto, as visitas do presidente JK a
Catalão, a abertura da BR-050, a ponte sobre o rio Paranaíba e a inauguração de
novas escolas colaboravam para o entusiasmo da população urbana.
A retomada econômica
somente aconteceu a partir da década de 1970 com a implantação das mineradoras.
Catalão iniciou um inesperado ciclo de crescimento econômico e recebeu uma nova
configuração urbana.
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Em 1970, o município
tinha 27 mil habitantes e 43% ainda residia na zona rural. Mas, três décadas
depois, no final do século, a população alcançou 64 mil habitantes, com apenas
10% morando na área rural. No período, todas as cidades vizinhas perderam
população, o que indica a forte atração que as mineradoras exerceram na região.
No início do século
atual, dada a criação do distrito industrial, Catalão deu um salto qualitativo
na sua economia. Recebeu montadoras de automóveis e de implementos agrícolas,
multiplicando a arrecadação do município, bem como o número de bairros da
cidade. Superou a marca dos 100 mil habitantes tendo somente 5% da população
morando na zona rural.
A economia de Catalão se
diversificou. De um lado, a agricultura moderna, com alta tecnologia, passou a
ser representativa no contexto estadual e a região se tornou exportadora de
grãos. De outro, no setor de serviços, a localização estratégica do município
transformou Catalão em centro distribuidor de produtos acabados para todo o
Brasil-Central.
Tudo leva a crer que, o
desenvolvimento econômico de Catalão está no rumo certo. O desafio agora é
aprofundar a diversificação do setor, completando lacunas na cadeia produtiva.
Se produzimos soja, o investimento deve ser em fábricas de óleo de soja e assim
por diante. Para isso, a ampliação do distrito industrial é condição necessária
para instalação de novas indústrias no município.
(Luís Estevam)
Fonte: Luís Estevam
Esta matéria é em oferecimento de:
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