A partir deste sábado (15), rede social poderá compartilhar mensagens trocadas entre usuários e contas comerciais...
O WhatsApp anunciou em
janeiro deste ano que mudaria as regras de privacidade e compartilhamento da
empresa, mas a notícia desagradou legisladores no mundo todo. No Brasil, reguladores pediram que as novas regras fossem
adiadas. Agora, usuários que não aderirem às
novas regras ainda poderão usar a rede durante um período de 90
dias antes de decidirem se vão aceitar as mudanças ou não.
Mas o que são essas mudanças?
"O WhatsApp hoje tem um mecanismo de criptografia de mensagens de ponta-a-ponta, onde a mensagem não fica armazenada em um servidor",
e explica o especialista em Tecnologia e Inovação Arthur Igreja.
C Com esse
sistema, o Facebook, empresa dona do WhatsApp, não tem acesso às mensagens, que
ficam armazenadas apenas no celular das pessoas que estão conversando.
Agora, em um processo
de integração das redes sociais das quais o Facebook é dona, o WhatsApp passará
a compartilhar as mensagens trocadas entre pessoas e empresas por meio das
chamadas contas comerciais, quebrando a privacidade desses usuários.
Mas por quê?
Para entender melhor como fazer propagandas, fonte de renda
do Facebook. Segundo Igreja, com essa mudança, o Facebook terá acesso aos dados
dos usuários para entender melhor nossos hábitos de consumo e como nós nos
relacionamos com as empresas.
O que significa permitir que o Facebook acesse esses dados?
"É o equivalente a instalar uma câmera na nossa casa e deixar alguém nos assistir",
explica Igreja.
Permitindo que a empresa
tenha acesso às suas informações, eles conseguem traçar melhor qual o seu
perfil de consumo e o que te interessa.
Com isso, as
propagandas que aparecem para o usuário sempre serão pensadas no que o agrada e
no que ele poderia ter interesse. Empresas compram esses dados para garantir
que seus produtos cheguem diretamente à consumidores em potencial.
O que acontece com esses dados?
O Facebook compila essas informações e empresas interessadas
compram as informações específicas para divulgar os produtos para seu
público-alvo.
"A plataforma procura nas postagens e comportamentos do usuário informações para identificar os melhores consumidores",
explica
Arthur Igreja.
O usuário pode recusar as mudanças?
Pode, mas o WhatsApp vai limitar os serviços e utilidades
para aqueles que não aceitarem as novas políticas.
"O WhatsApp não pode excluir a conta, mas podem dificultar a vidas das pessoas tirando possibilidades de interação",
avisa o especialista.
"É muito pouco provável que as pessoas mudem. Existe um aumento de download de outras redes, mas ninguém deixa de usar o WhatsApp",
reflete o especialista. Outra rede
social muito usada pelos usuários é o Telegram, além das mensagens diretas no
Instagram e Facebook e as redes sociais associadas à extrema-direita Signal e
Parler.
Como o WhatsApp dominou o mercado?
Além do Brasil, o aplicativo é popular na Índia, e, segundo
Igreja, isso se deve pela conexão de rede dos países.
"O WhatsApp é extremamente enxuto e simples e pegou os usuários por causa da lentidão da internet nesses países",
diz Igreja.
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