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★ NOSSAS HISTÓRIAS, NOSSA CATALÃO - Rascunhos de uma cidade por Luís Estevam presidente da Academia Catalana de Letras.

Foto: (Reprodução)

Cada um dos locais aqui citados carrega uma tradição própria e inteiramente singular. Mas, no todo, compõem a fascinante história da cidade de Catalão...


Quem observa a Velha Matriz, com sua porta de entrada voltada para o bairro Santo Antonio, e de costas para o centro da cidade, deve imaginar que o construtor desconhecia ou não gostava de Catalão.

Puro engano... 

Foto: (Reprodução) /João de Cerqueira Netto, o primeiro intendente de Catalão

João de Cerqueira Netto, o responsável pela sua edificação, gostava tanto de Catalão que foi o seu primeiro intendente municipal. Além do que, foi o patriarca dos Netto, família que sempre participou das decisões administrativas e políticas regionais.

O fato é que, desde a planta arquitetônica da igreja, o portal da Velha Matriz foi estrategicamente direcionado para o núcleo principal da população catalana. 

Foto: (Reprodução) /Velha Matriz, de costas para o centro da cidade

Quando começou a ser construída, em meados do século XIX, o centro econômico, demográfico e social da cidade estava na Rua da Grota, que não era propriamente uma rua, mas um conglomerado de casas e ranchos de capim, plantado nas imediações da fazenda Córrego do Almoço. 

As vendas, armazéns de secos e molhados, oficinas, selarias, pensões e barbearias haviam se instalado à margem esquerda jusante do Pirapitinga, onde existiam profundas grotas que davam no córrego. 

Assim, o burburinho e a movimentação diária dos moradores eram comuns na Rua da Grota. Ali residiu o velho Roque Alves de Azevedo, primeiro coronel da política catalana. Ali era, de fato, a principal porta de entrada e saída da cidade.
Do Córrego do Almoço, de um lado, despontava a estradinha para Goiandira e, do outro, o acesso à região de Olhos D'água, Pedra Branca e Minas Gerais.

Ainda no século XIX, algumas famílias levantaram casarões mais afastados da Rua da Grota, cercando verdadeiras chácaras ou erguendo sobrados onde hoje está o centro de Catalão. 

Foto: (Reprodução) /Casas antigas onde hoje está o centro da cidade

  • Paranhos, 
  • Ayres, 
  • Costa, 
  • Estrela, 
  • Andrade, 
  • Gomide, 
  • Victor Rodrigues, 
  • Campos 
  • e Netto, 
além de outros troncos familiares, preferiram residir em locais distanciados da Rua da Grota, ocupando a porção setentrional do ribeirão Pirapitinga. 

A cadeia pública, por exemplo, que fora edificada em local antes isolado, ganhou nova vizinhança e belas residências em suas proximidades. 

O movimento de ocupação urbana continuou com a chegada dos imigrantes estrangeiros no começo do século passado. Nasceu a Rua do Comércio, atual 20 de Agosto, e a configuração espacial tomou outro aspecto, pois, dezenas de novas residências foram erguidas onde hoje se encontra o centro da cidade.

Desse modo, desde as primeiras décadas do século passado, a Rua da Grota foi perdendo o seu antigo vigor comercial. 
Mas, tornou-se um bairro industrial. Com a implantação de 
  • charqueadas, 
  • curtumes, 
  • frigorifico 
  • e matadouros, 
o local recebeu famílias de operários da indústria, principalmente de Minas Gerais, atraídos pelos novos empreendimentos. 

Foi quando, do outro lado do córrego Pirapitinga, nasceu o bairro Pio Gomes, acomodando grande parcela de trabalhadores das indústrias nascentes e avançando suas casas pelas ruas do cemitério municipal.

Foi quando houve a vagarosa ocupação, acima dos trilhos, dos bairros Marca Tempo e Santa Terezinha à sombra das Três Cruzes. 

A partir da década de 1940, com o auge da produção açucareira da Usina Martins, o antigo bairro das Mangueiras também recebeu um aporte considerável de famílias de trabalhadores. Diariamente os caminhões da usina buscavam mão de obra nas proximidades. 

Com esse traçado e configuração, as áreas do centro e do sul do mapa urbano de Catalão ficaram praticamente delimitadas. O comércio vigorando na parte central da cidade e as agroindústrias da carne e da cana remodelando o espaço  demográfico da faixa meridional.

Todavia, após a metade do século passado, a estagnação econômica alcançou a economia de Catalão. A maior parte das empresas agroindustriais fecharam as portas e vários imigrantes se mudaram para Anápolis e para a nova capital de Goiás. 

As rodovias substituíram as ferrovias e a antiga região da estrada de ferro entrou em colapso. Somente bem depois, com a vinda das mineradoras para Catalão, nas décadas de 1970 e 1980, a cidade obteve um novo alento econômico e social. 

Ressalte-se que, essa estagnação econômica não alcançou o bairro São João que, vagarosamente ganhava vida própria, independentemente das empresas sediadas na cidade.

O São João teve uma trajetória muito particular. Sempre esteve voltado para a zona rural. Sempre foi o verdadeiro Catalão para os moradores da 
  • Custódia, 
  • Cisterna, 
  • Coqueiros, 
  • Mata Preta, 
  • Macaúba,  
  • Chapadão, 
  • Pires Belo 
  • e adjacências. 
O comércio do bairro expandiu em função da demanda rural. 

Foto: Folha de Catalão /Moro da Saudade ou Morrinho do São João como é mais conhecido

Desde a antiga fazenda Saudade, de Jocelyn Gomes Pires, que doou o terreno do morro da Saudade para a igreja católica, desde a instalação do posto de combustíveis, pela família Duarte à sombra do morrinho, desde os primeiros comerciantes e o alto falante do Seu Rola, desde a criação da rodoviária com o nome do prefeito Cyro Netto, o setor foi se expandindo com moradores da zona rural, adquirindo certa independência econômica. 

Até então, a cidade era limitada pela BR-050. Quase nada existia do outro lado da rodovia. A parte habitada mais longínqua era a Boca da Onça, bairro que nasceu em função dos ferroviários e operários que abriram a estrada de ferro da Rede Mineira de Viação. 

Cada um dos locais aqui citados carrega uma tradição própria e inteiramente singular. Mas, no todo, compõem a fascinante história da cidade de Catalão.  



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