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★ NOSSA HISTÓRIA - Nossa praça se trata de santuário histórico que remete a épocas passadas, a grandiosas viagens no tempo.

Foto: Folha de Catalão

UM MUSEU A CÉU ABERTO...   


Poucos catalanos sabem que, passear pela Praça Getúlio Vargas é caminhar sobre um chão sagrado, repleto de memórias do velho Catalão. Trata-se de um santuário histórico que remete a épocas passadas, com detalhes que não escapam ao atento observador.  

A Praça Getúlio Vargas carrega um tonel de lembranças, tanto na dimensão política, como na esfera social do município.  

Na dimensão política, a praça representa as mudanças no poder institucional que ocorreram ao longo do tempo. Por isso, experimentou três denominações diferentes. Primeiro foi batizada de Praça da República em homenagem à vitória do partido republicano, liderado  pelo senador Antonio Paranhos, em 1889. O parlamentar morava na esquina de baixo da praça onde possuía um grande sobrado residencial e comercial.  

Tudo indica que o líder político sentiu-se bem à vontade em inaugurar a praça com o nome do regime pelo qual foi eleito, sendo o representante de Goiás na constituição republicana brasileira.  

Foto: (Reprodução) /O primeiro coreto, de madeira, na antiga Praça da República em Catalão (1918).

Até então, a Praça da República era apenas um largo vazio, sem quaisquer traços de urbanização. O primeiro monumento que recebeu foi um coreto de madeira, bem depois, em 1916. 

A obra foi iniciativa do intendente municipal Jocelyn Gomes Pires, um mineiro radicado em Catalão, que promoveu diversas melhorias na cidade. O coreto, caprichosamente edificado, tinha a forma octogonal e passou a ser usado em leilões, apresentações musicais e comícios políticos.  

A Praça da República, a partir de então, passou a ser bastante frequentada por moradores. Foi o que motivou o intendente municipal Augusto Netto Carneiro a promover uma ampla reforma no local em 1929. O intendente ajardinou todo o largo da praça e calçou a área com pedras decorativas. Levantou um robusto coreto de alvenaria, também em forma octogonal, que continua até hoje enfeitando o cenário. 

Implantou uma fonte de água corrente, embelezou a parte de baixo com balaustrada, distribuiu pequenos postes de iluminação e belas escadarias pelo logradouro.  

Foto: (Reprodução) /Inauguração do coreto e do novo nome da Praça Eugênio Jardim em 1929.

Na verdade, Augusto Netto Carneiro acabou construindo uma nova praça  e rebatizou-a com o nome de Praça Eugênio Jardim. Também por motivos políticos.

O coronel Eugênio Jardim havia sido o grande vitorioso na revolução de 1909 em Goiás, que conduziu Totó Caiado ao poder estadual. Era um militar carioca muito respeitado, atuante na esfera política goiana, tendo sido reeleito para o senado federal em 1924. 


Porém, com a sua morte acidental em 1926, atropelado por um automóvel no Rio de Janeiro, o senador ganhou diversas homenagens póstumas em Goiás. Uma delas foi a mudança da antiga Praça da República, em Catalão, que passou a se chamar, a partir de 1929, Praça Eugênio Jardim.  


Diga-se de passagem que, os catalanos não se acostumaram inteiramente com o novo nome. Ninguém falava

"Praça Eugênio Jardim",
mas simplesmente
"Praça do Jardim".
E, assim ficou por longo tempo, na memória popular, a
"Praça do Jardim"
em nossa cidade.  


Foto: (Reprodução) /A Praça que recebeu o nome de Eugênio Jardim em 1929. (Foto de 1933)

Entretanto, o quadro político mudou radicalmente a partir de 1930. Getúlio Vargas assumiu o comando nacional e nomeou Pedro Ludovico Teixeira como interventor em Goiás, desbancando do poder o grupo do Eugênio Jardim e do velho Totó Caiado.  


A praça estava condenada a mudar de nome. Desta feita, as alterações vieram da parte de um ilustre morador da praça, Diógenes Sampaio, que havia sido intendente municipal no começo da década de 1930. 


Foto: (Reprodução) /Vista da Praça Eugênio Jardim (década de 1930).

Este líder político, que recebeu Pedro Ludovico em sua residência, quando o interventor veio a Catalão, transformou o local em Praça Getúlio Vargas a partir da década de 1940.    


O fundamental é que, a praça tornou-se tão importante, em termos de sociabilidade, que ninguém mais ousou trocar o seu nome. Aliás, nem precisava porque continuou sendo chamada, por longo tempo, de

"Praça do Jardim".
Durante meio século, a Praça Getúlio Vargas foi o principal centro de lazer em Catalão, tanto para os ricos como para os pobres. Várias  gerações usufruiram do ambiente social, dinâmico e festivo, de outrora.  


Foto: (Reprodução) /Vista da Praça Getúlio Vargas (década de 1960).

O Cine Teatro Real, o barzinho do coreto, a Panificadora São José, o clube social do CRAC, o Bar e Restaurante Irapuan, o Taco de Ouro, o Bar das Vitaminas e a Churrascaria Kambota marcaram a vida da comunidade catalana. Tudo girava em torno da Praça Getúlio Vargas para onde os frequentadores  afluiam em grupos, envergando suas melhores roupas e perfumes. Até mesmo o Clube 13 de Maio situava-se a apenas dois quarteirões de distância.  


Existe um valioso trabalho monográfico, feito pelo historiador Sylvio Netto Lorenzi, a respeito dos anos dourados no espaço da Praça Getúlio Vargas em meados do século passado. O texto, ainda inédito de publicação, traz uma análise sociológica e política muito interessante. 


Foto: (Reprodução) /Praça Getulio Vargas (década de 1960).

Por outro lado, a Praça Getúlio Vargas, em si, constitui um arquivo memorial da cidade. No seu perímetro estão monumentos históricos, de diversas épocas, Que remetem ao passado glorioso de Catalão.  


Vale a pena conferir cada detalhe incrustado na velha

"Praça do Jardim". 
 


(Luís Estevam)


Fonte: Luís Estevam e Academia Catalana de Letras


Esta matéria é em oferecimento de:




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