
Segundo a jovem, um funcionário do local chegou na mesa e disse: 'Vim conferir se era gente mesmo ou uma raposa na sua cabeça'. Sarah Silva registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Bar afirmou que repudia todos os tipos de discriminação...
A estudante Sarah Silva Ferreira registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, nesta quarta-feira (4), solicitando investigação do crime de injúria racial. Ela conta que estava em um bar de Goiânia, com a irmã e uma amiga, quando um funcionário chegou na mesa, a ofendeu e começou a gargalhar.
"Ele me disse: 'Vim conferir para ver se era gente mesmo ou uma raposa na sua cabeça''. Depois, começou a gargalhar”,relata a jovem.
O Buteko do Chaguinha informou, em nota, que repudia todos os tipos de discriminação, especialmente a racial, e que possui funcionários negros em cargos de gerência. Ressalta ainda que mantém colaboradores
"com diferentes cores de pele, crenças religiosas e condição social"(veja a íntegra ao final do texto).
O constrangimento, segundo a jovem, aconteceu no último sábado (31), na unidade do bairro Jardim América. Revoltada com a situação, no mesmo dia, ela postou sobre o ato em uma rede social.
"Só queria ter aproveitado fora de casa uma noite com minha irmã e uma amiga que não via há anos. Eu não vou prender o meu cabelo ou tentar me embranquecer",desabafou a estudante numa rede social. Até as 18h desta quarta-feira (4), o relato da estudante já reunia mais de 1,5 mil comentários de pessoas se solidarizando com ela.
Nesta tarde, Sarah Ferreira promoveu um ato na porta do estabelecimento. Acompanhada de amigos e apoiadores, a jovem repudiou o ato de injúria racial.

Relato à polícia Sarah Ferreira registrou uma ocorrência online na 7ª Delegacia de Polícia Civil de Goiânia. Segundo o documento, as ofensas foram acompanhadas de muitos risos e deboche pelo funcionário e por outro cliente do bar.
Constrangida, a jovem requereu a conta para ir embora.
"Estranhando a rapidez do pedido, pessoas que ali laboram perguntaram se havia ocorrido algo, e, ao ouvirem o relato, disseram não ser a primeira vez que uma situação dessa natureza acontecia no local",diz trecho do boletim de ocorrência.
De acordo com o Código Penal, o crime de injúria racial é ofender alguém com base em sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência. Em seu artigo 140, descreve o delito como conduta de ofender a dignidade de alguém, e prevê como pena, a reclusão de 1 a 6 meses ou multa.

Sobre o incidente que ocorreu no dia 31/10/2020, o Buteko do Chaguinha vem em nota oficial se manifestar para afastar qualquer mal entendido e afirmar que é veementemente contra todos os tipos de discriminação e, especialmente, contra a discriminação racial, repudiando atos desta natureza.
É necessário esclarecer que, a despeito das recentes manifestações nas redes sociais, tomamos verdadeiras e constantes ações pela inclusão e igualdade social, em todos os níveis. Temos um quadro de funcionários diverso e inclusivo em todas as nossas três unidades.
Contamos com mulheres e negros em cargos de gerência e na gestão de pessoas. Em nossos salões atendem em todos os turnos garçons e garçonetes com diferentes cores de pele, crenças religiosas e condição social. Nossos clientes são igualmente recebidos e bem tratados durante os quase 50 anos de existência do Buteko do Chaguinha.
Fonte: G1 Goiás
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