Goiânia teve recorde de abstenção no primeiro turno. No segundo, a porcentagem de eleitores que não foram às urnas cresceu ainda mais...
Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia neste domingo (29). Mas as abstenções chamaram a atenção. Ele teve menos votos do que o número de eleitores que não foram votar. Entre os índices registrados nas capitais, Goiânia teve o maior do país.
Com 100% das urnas apuradas, Maguito teve 277.497 votos. As abstenções foram 356.949, o que equivale a 36,75% do eleitorado. Goiânia registrou índice superior a cidades como
- São Paulo (30,81%),
- Rio de Janeiro (35,45%)
- e Porto Alegre (32,76%).
As abstenções do 2º turno superaram as do 1º, que foram de 298.362 (30.72%) e a cidade ficou em terceiro lugar no país.
Naquela ocasião, Goiânia já havia registrado a maior porcentagem de abstenção desde 2016.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Leandro Crispim, justificou que o elevado número de abstenções se deve a pandemia do coronavírus. Em coletiva na sede do TRE, neste domingo, Crispim lamentou a quantidade de votos nulos e brancos.
"Primeiro momento que a gente pode refletir sobre isso é a questão pandêmica que estamos vivendo, estamos num viés de alta neste momento",disse Crispim.
O cientista político Francisco Tavares aponta dois elementos que impulsionaram esse índice:
o não comparecimento da população mais vulnerável às complicações da Covid-19 e as pesquisas favoráveis ao candidato Maguito Vilela.
- "O primeiro, claramente, é a pandemia. Uma eleição atípica com crise sanitária e as pessoas mais vulneráveis com as complicações da Covid-19, população idosa, hipertensa e com problemas cardíacos, tendem a não comparecer às urnas.
- O segundo elemento podem ser as pesquisas eleitorais favoráveis a Maguito Vilela fazendo com que parte de seu eleitorado tenha se sentido sem necessidade de comparecer as urnas porque acreditasse que o pleito já estivesse resolvido."
O filho de Maguito Vilela e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, disse que a campanha do 2º turno, baseada por ataques do candidato adversário em relação ao estado de saúde de Maguito, gerou insegurança nas pessoas e refletiu na alta abstenção.
“Houve esta campanha desrespeitosa contra o nosso candidato, uma campanha vergonhosa, de pessoas que demonstraram não ter o mínimo escrúpulo com a vida humana”,destacou Daniel Vilela.
Para o candidato que ficou em segundo lugar, Vanderlan Cardoso (PSD), a falta de debate entre os candidatos foi um dos motivos para a grande abstenção nas urnas.
Em Anápolis, a 55km de Goiânia, a eleição também foi marcada pelo alto índice de abstenção:
- 74.637 (27.69%), no 1º turno,
- e 88.723 (32,91%), no 2º turno.
Características dos eleitores
Segundo o TSE,
- 52,3% dos eleitores goianos são mulheres,
- enquanto 47,7% são homens.
A faixa etária que concentra o maior número de pessoas aptas a votar é de goianos entre 35 e 39 anos.
Mais de 20 mil goianos aptos a votar apresentam alguma deficiência. Quase 3% são analfabetos. A escolaridade mais comum é de ensino médio completo – 27% – seguida de ensino fundamental incompleto – 23%.
Fonte: G1 Goiás
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