Resultado foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos itens do grupo de alimentos e bebidas, como arroz, óleo de soja, tomate e carnes...
A inflação oficial registrou o maior patamar para o mês de outubro em 18 anos, quando a taxa ficou em 1,31%, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6). A taxa deste ano ficou em 0,86%, puxada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas.
Alguns produtos que ainda estão pesando no bolso dos brasileiros são o arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%). Apesar de ainda pesarem, os preços destes itens subiram em menor ritmo em outubro, já que em setembro as taxas ficaram em 17,98% e 27,54%, respectivamente.
O tomate (18,69%), as frutas (2,59%), a batata-inglesa (17,01%) e as carnes (4,25%) ficaram mais caros em comparação ao mês de setembro. positivas em outubro, após recuo dos preços no mês anterior. As carnes subiram 4,25%. Em contrapartida, os itens que ficaram mais baratos em outubro foram a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, diz que
"todos esses itens têm contribuído para alta sustentada dos preços dos alimentos, que foram de longe o maior impacto no índice do mês”.
Além dos alimentos, o transporte também ficou mais caro para o brasileiro em outubro. Os itens com maior destaque foram as passagens aéreas (39,83%) e a gasolina (0,85%), que apesar de alta, teve desaceleração em relação à alta de 1,95% observada no mês anterior.
“A alta nas passagens aéreas parece estar relacionada à demanda, já que com a flexibilização do distanciamento social, algumas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a política de preços das companhias aéreas”,afirma Kislanov, lembrando que os preços das passagens foram coletados em agosto para quem ia viajar em outubro.
O IBGE afirma que a alta dos preços foi generalizada em todas as 16 regiões pesquisadas, sendo que o maior resultado ficou com o município de Rio Branco (1,37%), puxado pelas carnes (9,24%) e pelo arroz (15,44%). Já o menor índice ficou com a região metropolitana de Salvador (0,45%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-2,32%).
INPC
O IBGE afirma que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acelerou em outubro (0,89%), atingindo o maior patamar para o mês desde 2010, quando o índice ficou em 0,92%.
Kislanov diz que o INPC ficou, novamente, acima do IPCA (0,86%), mas com uma diferença menor que no mês anterior. Em setembro, o INPC avançou 0,87%, enquanto o IPCA subiu 0,64%. A aproximação dos dois indicadores em outubro pode ser explicada pelos alimentos e as passagens aéreas.
“O IPCA se aproximou do INPC porque os preços dos alimentos continuam em alta, mas também por conta das passagens aéreas, que jogaram o IPCA para cima em outubro. O peso das passagens aéreas é maior no IPCA. Já os alimentos pesam mais no INPC”,
diz, complementando que, em outubro, o preço dos produtos alimentícios subiu 2,11% no INPC, menos que no mês anterior (2,63%).
O INPC é calculado com base em famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, em dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Já o IPCA abrange famílias que ganham até 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte.
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