Os catalanos conhecem a Lagoinha Paquetá, que fica no alto do bairro São João, às margens da Avenida Dr. Lamartine...
Trata-se de um espaço bem conservado, em termos de equilíbrio ambiental, onde funcionam o Ibama e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
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No entanto, o que poucos catalanos sabem é que, naquele lugar existia antigamente uma conhecida pousada, tão famosa a ponto de ter sido mencionada no livro
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"Grandes Sertões: Veredas"
de Guimarães Rosa. O estabelecimento era frequentado pelos viajantes que vinham de Formosa dos Couros e Paracatu em direção à Barretos e Alto Paranaíba.
A dona da estalagem era Marcelina de Freitas, conhecida pelo apelido de
"Mogiana".
Por isso, o nome Pousada da Mogiana ter ficado conhecido entre os comerciantes que percorriam as veredas do interior do país.
Era a época das tropas e boiadas, na virada do século XX, quando era intenso o movimento de condutores e negociantes de gado. Com o surgimento de charqueadas em Barretos e Araraquara, interior de São Paulo, a criação de gado fluía desde as nascentes do rio Tocantins, subindo pela região de Formosa e Paracatu e ganhando o vasto interior de Minas Gerais e Sul de Goiás.
Deste modo, Catalão esteve inserido na rota das andanças de peões, boiadeiros e tropeiros pelo interior e a Pousada da Mogiana se tornou um ponto de estadia reverenciado pelos inúmeros viajantes.
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A história é interessante e começou pouco antes de 1920, quando Marcelina de Freitas, junto com algumas amigas, abriu um bordel em Catalão na antiga Praça Uberlândia, bem próximo aos trilhos da estrada de ferro. A casa ficou conhecida como Chalé da Marcelina. Desde essa época, a dona do estabelecimento ganhou o apelido de
"Mogiana"
porque era enrabichada com um maquinista da Estrada de Ferro Mogiana, ferrovia paulista com sede em Araguari-MG. O rapaz, sempre que vinha a Catalão, apitava insistentemente a locomotiva para chamar a atenção de Marcelina, chegando quase a estacionar o comboio à porta do chalé na praça.
O fato é que, Marcelina soube ganhar dinheiro no ramo e conseguiu adquirir uma chácara nas cercanias do São João, conhecida como Lagoinha Paquetá. O local era selvagem, sem moradias próximas e bem afastado da cidade. Pouco a pouco, ela edificou uma aconchegante pousada perto da lagoinha, à beira da antiga estradinha de acesso à Custódia, Mata Preta, Povoado da Barra, Pires Belo e Santo Antônio do Rio Verde. Na verdade, a estalagem estava na rota boiadeira de Formosa, Paracatu, Barretos e Alto Paranaíba.
Com esmerado capricho e dedicação, Marcelina tocou a pousada conhecida e disputada pelos mais abonados viajantes e boiadeiros do sertão. Ela somente não gostava do apelido de
"Mogiana".
Para ser mais exato: odiava ser tratada assim. Quem ousasse chamar Dona Marcelina de
"Mogiana",
ou imitasse o apito da locomotiva paulista, arrumava encrenca. Vários incautos testaram a raiva da
"Mogiana"
e tiveram que afinar diante dos disparos de seu revólver de 12 balas! Isso mesmo. A arma era uma raridade e foi vista por várias testemunhas. Inclusive, o ex-prefeito Bento Rodrigues de Paula registrou, em seu livro de memórias, que viu de perto e manuseou o revólver de 12 tiros de Dona Marcelina.
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Mas, Dona Marcelina de Freitas ficou na memória da cidade, aqui constituindo grande e respeitada família.
A propósito, Dona Marcelina foi bisavó do senador Olavo Pires, um filho de Catalão que foi assassinado quando concorria ao governo de Rondônia em 1990.
O senador, filho de Olavo Gomes Pires e de Ruth de Freitas, foi morto em tocaia depois de ganhar o primeiro turno das eleições para governador de Rondônia. Olavinho, como era conhecido, havia saído de Catalão e adquirido fazenda naquela região no final da década de 1970. Pessoa muito popular e conhecida, foi deputado federal e senador por Rondônia antes de ser executado. O assassino foi preso somente 19 anos depois, no Rio de Janeiro, mas o crime não foi inteiramente elucidado.
De qualquer forma, a sua bisavó, Dona Marcelina de Freitas, juntamente com a pousada da Lagoinha Paquetá, continuam ocupando um lugar especial na história contemporânea de Catalão.
Fonte: Luís Estevam e Academia Catalana de Letras
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