A cada ida ao supermercado, o consumidor leva um novo susto...
Nos últimos dias, os preços de alguns produtos alimentícios e de limpeza subiram exageradamente, bem acima do que apontam índices inflacionários.
Se o custo de vida para a população, em agosto, conforme o IPCA do IBGE, ficou em modestos 0,23%, com 2,28% acumulados nos últimos 12 meses e projeção bem abaixo da meta de 4% para o final deste ano, o que explicaria o recente comportamento de itens que vão do arroz ao desinfetante?
Pesquisa divulgada pelo site Mercado Mineiro mostrou que, em Belo Horizonte, além de grande variação de preços de produtos similares entre os supermercados, a alta do custo médio de alguns deles disparou entre abril e a primeira semana de setembro.
- O pacote de 5kg de arroz, de uma das marcas mais conhecidas, passou de R$ 18,44 para R$ 26,92 no período: um salto de 45%.
- O óleo de soja seguiu o embalo: garrafa de 900 ml, uma das mais compradas, foi de R$ 3,98 para R$ 5,94, reajuste de mais de 49%.
Correções que deixam a inflação oficial no chinelo se repetiram em itens como desinfetantes (preço médio de embalagem de 500ml de certa marca encareceu absurdos 40%) e até o leite integral (18,20% de elevação no valor do litro de um dos mais vendidos do mercado).
“Esses aumentos são uma surpresa muito desagradável para quem está fazendo a compra do mês, porque são produtos de primeira necessidade. A solução tem sido pesquisar muito, já que a variação pode chegar, por exemplo, a 30% no caso do arroz, aquele pacote que subiu 45% no preço médio, e a 47% no do desinfetante”,disse o coordenador do site, Feliciano Abreu.
Culpa
Ainda na semana passada, as associações mineira e brasileira de supermercados (Amis e Abras) soltaram notas admitindo a elevação exagerada de preços de produtos como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. Também confirmaram limitações de quantidade de alguns itens na venda para garantir estoques. E se eximiram de responsabilidade, dizendo-se determinadas a combater tal fenômeno.
A culpa, informaram, seria exclusiva de indústrias e fornecedores do agronegócio, que estariam privilegiando as exportações, devido ao aumento da demanda externa, sobretudo chinesa, pela produção brasileira.
Além disso, o dólar alto desestimularia as importações para equilibrar a oferta interna, pressionada, por sua vez, pelo maior poder de compra dos menos favorecidos, devido ao auxílio emergencial do governo federal, e pela mudança em hábitos de consumo na pandemia. Ambas as entidades também informaram ter iniciado negociações com fornecedores para tentar reverter a situação.
Especialistas falam em aumentos pontuais e descartam ameaça
Apesar da impressão confirmada na hora das compras no supermercado, de que a inflação
Para o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, cada elevação mais pronunciada de itens de alimentação, neste mês, teve explicações específicas e circunstanciais.
No caso do arroz, a safra 2019/20, concentrada na região Sul do país, foi considerada muito boa, com quase 11 milhões de toneladas, ante 10,2 mi no período anterior. Isso deveria ter significado até um queda de preços.
Outro fatores justificariam também altas pontuais do leite (mais procurado por pessoas de baixa renda, graças ao “coronavoucher”) ou do feijão, que teve redução, mas continua caro.
O economista Eduardo Coutinho, do Ibmec, também acredita que a alta desses alimentos não vai pressionar de maneira significativa a inflação.
Apesar da impressão confirmada na hora das compras no supermercado, de que a inflação
“real”estaria acima da oficial, especialistas entendem que o
“dragão”dificilmente voltará. Pelo menos, a julgar pelo que tem sido observado nas prateleiras, nos últimos dias.
Para o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, cada elevação mais pronunciada de itens de alimentação, neste mês, teve explicações específicas e circunstanciais.
No caso do arroz, a safra 2019/20, concentrada na região Sul do país, foi considerada muito boa, com quase 11 milhões de toneladas, ante 10,2 mi no período anterior. Isso deveria ter significado até um queda de preços.
“Mas, aí, veio a pandemia, que confinou todo mundo em casa, no Brasil e no mundo, o que aumentou o consumo e interferiu nos preços”, diz.
“Além disso, para completar, houve a questão cambial, que fomentou as exportações e desestimulou importações, e um problema climático em países asiáticos, que aumentaram as compras do produto brasileiro”, completa Coimbra.
Outro fatores justificariam também altas pontuais do leite (mais procurado por pessoas de baixa renda, graças ao “coronavoucher”) ou do feijão, que teve redução, mas continua caro.
“A tendência é de que esses fatores se modifiquem e de que os preços recuem”, diz.
O economista Eduardo Coutinho, do Ibmec, também acredita que a alta desses alimentos não vai pressionar de maneira significativa a inflação.
“Os preços subiram por causas muito específicas”, afirma.
Hoje em Dia
Fonte: V9 Vitoriosa
Esta matéria é em oferecimento de:
Folha de Catalão - A Notícia de Forma Direta
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