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★ Goiás pode dominar produção de maconha para fins medicinais

Segundo o fundador da associação, goiás tem potêncial. Evento discute plantio de cannabis em Goiás. Simpósio é promovido pela Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Goiás deve ser capaz de dominar a cadeia produtiva do cultivo de maconha medicinal. A fala é do fundador da Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (Apage), Yuri Ben-Hurd da Rocha Tejota. Para isso, a Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), promove simpósio sobre o cultivo de cannabis sativa, que vai até sábado (7).

Para Yuri, o debate sobre o assunto é fundamental. Ele afirma que a planta tem princípios básicos que são bem utilizados em diversos tipos de tratamento, sobretudo para pacientes com problemas neurológicos. E Goiás tem as condições ideais para um cultivo efetivo da maconha medicinal.


Idealizado e coordenado por duas professoras da Escola de Agronomia, o simpósio foi pensado justamente para trazer a discussão para Goiás. Em razão de o Estado ser o celeiro do Brasil e ter condições técnicas e geográficas para a cultura da cannabis, poderia sair na frente com a produção de maconha medicinal, como acontece nos Estados Unidos e Israel.

“Aliamos as famílias, o poder público, os pacientes, os órgãos de pesquisa e trazemos a discussão para a sociedade”, diz Yuri. “O evento traz para Goiás um nível de igualdade com países sérios, onde pacientes que precisam fazer o uso da cannabis medicinal podem ter acesso a ela de forma segura, regulamentada e eficaz”, explica.

Yuri argumenta ainda que o Estado é uma potência do agronegócio e tem quantidade enorme de famílias que lutam por acesso à maconha medicinal, mas não conseguem. “Por que não o Brasil e Goiás serem referência nesse assunto?! Por que não produzir e cumprir mais uma vez a função de celeiro do mundo com algo tão importante”, finaliza.


Uso medicinal 
Na última terça-feira (3), a Anvisa regulamentou a comercialização de produtos a base de cannabis em farmácias. Esse novo regulamento também aponta requisitos e padrões de qualidade. No entanto, o órgão de regulação vetou o plantio para a produção de remédio no país.   O empresário Felipe Barzan Suzin, que sofre de epilepsia, argumenta que as decisões da Anvisa não contemplam o caso dele e do pai, acometido com Mal de Alzheimer. Ambos fazem uso da maconha medicinal, porém – alega ele-,  o remédio permitido não possui a quantidade de tetra-hidrocanabinol (THC) suficiente para o tratamento. O medicamento com maiores níveis da substância só foi liberado para pacientes em estado terminal.

“Há muitos empecilhos para o acesso ao medicamento e que ainda deve ser importado”, avalia Felipe. “Não há motivos para comemorar. Eu sofro hoje. Os pacientes precisam para agora, não para o futuro. Aplaudir pequenos passos não é uma opção para quem sofre isso dentro de casa, com dor, não queremos isso para amanhã”, crítica.


A liberação da Anvisa contempla apenas remédios com CBD a serem disponibilizados em farmácia. “A liberação do CBD é importante para crianças com epilepsia, por exemplo, mas inúmeras outras são tratadas somente com o THC. Eles negaram a empresas e instituições a plantarem dentro do país para pesquisa e produção. Dependemos de tudo de fora, com um país com grande potencial”, lamenta.

O uso Cannabis sativa é milenar e atualmente cerca de 30 países cultivam a planta. Ela é usada em tratamentos de epilepsia, esclerose múltipla e também na indústria de tecidos, cosméticos e papel, entre outras. O cultivo no Brasil é proibido, embora o caseiro seja autorizado pela Justiça para algumas famílias que utilizam o extrato com uso medicinal. Uma outra opção é a importação do canabidiol em forma de medicamento. Entretanto, a importação é de alto custo.

As empresas que pretendem atuar nessa área precisarão de autorização da própria Anvisa, além de certificados de bom desempenho de fabricação, além de outros documentos.


O uso do oléo da cannabis pode tratar diversas doenças e muitas pessoas poderão ser beneficiadas com estas novas descobertas

Eu sempre fui careta e contra qualquer uso da cannabis, mas tive de repensar meus conceitos e estudar quando vi alguns pacientes graves nas UTIs que melhoravam muito e voltavam à vida após receber o óleo da esperança”.

O testemunho forte sobre o efeito da cannabis na vida das pessoas que têm doenças que podem ser tratadas com a planta vem do cirurgião geral e especialista em terapia intensiva, no Estado do Maranhão, Clayton Aragão Magalhães.  O médico revela que lidar com o uso da planta conhecida popularmente por maconha (Cannabis Sativa) para fins medicinais ainda é um problema dentro da própria medicina, sendo o maior deles a falta de treinamento formal ainda na faculdade. Clayton relata ter passado por esta experiência.


“Estudei, li, conheci outros médicos. Confesso, meus primeiros pacientes prescrevi com medo e receio. Mas grata foi a surpresa com a melhora surpreendente dos pacientes. Inclusive pacientes com câncer em tratamento paliativo (sem proposta de tratamento devido doença avançada) que continuam vivos após meses usando o óleo,” explica.

Contudo, não se trata apenas do conflito entre os estudiosos. No Brasil, a luta pela utilização de medicamentos a base do canabidiol, ou CBD, atinge desde os que precisam dos remédios até os produtores. Como é o caso da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace Esperança), que atua na Paraíba com o cultivo da planta para tratamentos desde maio de 2017, quando houve autorização judicial para esta ação.  Os óleos e pomadas derivadas da cannabis que a Abrace desenvolve, têm apresentado resultados em pessoas com doenças como epilepsia, crises convulsivas, câncer, infecções e outras. Em setembro, a associação completou três anos com a expectativa de uma nova autorização, a de que o número de pessoas atendidas possa aumentar.

Ultrapassar o atendimento de 800 pessoas para uma meta de 10 mil não tem sido uma tarefa fácil. Já há um processo tramitando na Justiça que visa expandir o plantio da Abrace de João Pessoa para Campina Grande e consequentemente alcançar mais famílias.

Simpósio 
A programação do evento inclui palestras, mesas redondas e oficinas. Entre as temáticas abordadas estão assuntos como “Aspectos agronômicos e biológicos da Cannabis”, “Cannabis para uso medicinal e “Oficina: Manejo de substratos para cultivo de plantas”.  As inscrições podem ser realizadas através do site do evento.

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